Dissertação - Edwin Jesús Lainas Araujo

Estrutura das assembleias de macroinvertebrados bentônicos nos cenários morfodinâmicos de praias arenosas não urbanizadas do extremo sul do Brasil.

Autor: Edwin Jesús Lainas Araujo (Currículo Lattes)

Resumo

Praias arenosas oceânicas são modeladas pela energia das ondas, regime de marés e propriedades do sedimento. A sinergia destes fatores determina cenários morfodinâmicos desde o extremo refletivo com granulometria grossa e ondas que liberam sua energia sobre um perfil praial íngreme, até os dissipativos, compostos por grãos de menor tamanho e ondas que dissipam sua energia sobre um perfil praial plano. Diferentes estudos evidenciam que a diversidade e a densidade da macrofauna bentônica, assim como as abundâncias dos suspensívoros e detritívoros aumentam de cenários refletivos aos dissipativos. No entanto, o tamanho corporal não apresenta padrões muito claros. Neste contexto, as praias não urbanizadas do Taim (A1) e Concheiros (A2) foram analisadas através da coleta de 36 amostras biológicas para cada praia, divididas em 18 por setor e 9 por ponto cada uma, durante a Primavera I - 2018, Verão I - 2019, Verão II - 2019, Outono I - 2019 e Outono II - 2019. Foi utilizado um amostrador cilíndrico de PVC de 20 cm de diâmetro aprofundado 30 cm no sedimento para a coleta biológica. As amostras foram peneiradas em malhas de 0,5 mm e conservadas em formol 10%. Amostras para análises granulométricas (50g) foram coletadas seguindo o mesmo plano amostral das amostragens biológicas, para as estações da Primavera I - 2018 e Outono II - 2019. As análises granulométricas permitiram caracterizar a praia do Taim como dissipativa e a praia dos Concheiros como refletiva. Foi registrado um total de 21 taxa, com maiores densidades, diversidade e percentuais de organismos suspensívoros e detritívoros para a praia do Taim, quando comparada à praia dos Concheiros, que mostrou ser habitada principalmente por predadores. Em relação aos tamanhos corporais, os resultados não mostraram evidências claras para estabelecer tendências entre praias; no entanto o poliqueta Hemipodia sp. mostrou maiores tamanhos para o cenário refletivo, e menores no cenário dissipativo. Foram observadas diferenças sazonais com maiores densidades para estações quentes (primavera-verão) e menores para as frias (outono). Além disso, foi observado que as espécies Amarilladesma mactroides (Bivalvia), Donax hanleyanus (Bivalvia), Emerita brasiliensis (Malacostraca) e Scolelepis gaucha (Polychaeta) foram as responsáveis destas diferenças.

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Palavras-chave: Perfis morfodinâmicosClima do espraiamentoMacrofauna bentônica