Papel do fitoplâncton na dinâmica do CO2 na profundidade do máximo de clorofila ao longo de uma seção zonal (34,5°S) no Oceano Atlântico Sul
Autor: João Vitor Langorte Bueno (Currículo Lattes)
Resumo
O fitoplâncton marinho atua diretamente no ciclo biogeoquímico do carbono, mediando a bomba biológica do carbono, e a eficiência desse processo é dependente da composição das comunidades fitoplanctônicas. Por conta disso, nesse trabalho, nós visamos investigar a composição das comunidades fitoplanctônicas na profundidade do máximo de clorofila ao longo do oceano Atlântico Sul e o papel dos diferentes grupos fitoplanctônicos na dinâmica do CO2 e nos processos biogeoquímicos ao longo desse oceano. Dados ambientais e biológicos foram coletados na profundidade do máximo de clorofila em 59 estações ao longo de uma seção zonal (34,5°S) no oceano Atlântico Sul. As estações de coleta foram agrupadas nas províncias do Brasil, do giro do Atlântico Sul e da África. Nós identificamos os grupos quimiotaxonômicos do fitoplâncton através da metodologia de HPLC-CHEMTAX e avaliamos os efeitos térmicos e não-térmicos na variação da pressão parcial do CO2 (pCO2) na região. As relações entre as variáveis biogeoquímicas e os grupos fitoplanctônicos foram investigadas a partir de uma análise de correspondência canônica. Os resultados encontrados mostraram fortes gradientes na distribuição dos parâmetros biogeoquímicos entre as diferentes províncias, com maior pCO2 e efeito térmico nas províncias costeiras, e menor pCO2 e maior efeito não-térmico nas províncias oceânicas. As haptófitas e os Prochlorococcus dominaram as comunidades na profundidade do máximo de clorofila na área de estudo, e as maiores biomassas fitoplanctônicas foram encontradas na província da África. As haptófitas foram associadas às águas com maior mistura vertical e ricas em nutrientes, e mostraram uma maior influência na variação da pCO2, enquanto os Prochlorococcus ficaram associados às águas oligotróficas estratificadas. Os resultados encontrados neste estudo demostraram a variabilidade do papel dos diferentes grupos fitoplanctônicos na dinâmica do CO2 nas diferentes províncias do oceano Atlântico Sul, e incentivam futuros estudos acerca dos padrões temporais e espaciais que regulam os efeitos térmicos e não-térmicos nas variações da pCO2 nas águas subsuperficiais da região.