Dissertação - Marybeth Alejandra Costilla Diaz

Monitoramento das florações de cianobactérias na Lagoa dos Patos utilizando imagens de satélites

Autor: Marybeth Alejandra Costilla Diaz (Currículo Lattes)

Resumo

No Brasil, florações massivas do gênero Microcystis tem sido reportada para a Lagoa dos Patos, sendo frequentemente observadas nos verões e outonos. Foi demostrado que alguns dos fatores que estimulam o crescimento deste gênero são as altas temperaturas, aumento do fósforo total e pH neutros a alcalino, bem como condições nutricionais elevadas. Microcystis é conhecida mundialmente como um dos gêneros de cianobactérias que produz hepatoxinas (microcistinas ou MC). O contato constante com baixas concentrações desta toxina gera efeitos gastrointestinais e hepáticos crônicos negativos, dependendo da via que entra no organismo. Além disto, águas com cianobactérias, ao contato da pele ou das mucosas de animais causam intensa irritação. Deste modo, para acompanhamento das florações de cianobactérias em especial do gênero Microcystis nas praias da Lagoa dos Patos como alerta, planejou-se e testou-se utilizar imagens de satélites como ferramenta. Foram feitas comparações de dois métodos de extração de clorofila-a para determinar qual se ajustaria as amostras coletadas, sendo o método de Mackinney (1971) aceito em comparação aquele recomendado pela OMS (de Lorenzen, 1967, Sartory & Grobbelaar,1984). O primeiro executa a extração e quantificação de clorofila-a nas amostras com menor manuseio, uso de equipamentos e materiais, dano químico a clorofila e consequentemente menor tempo total de procedimento, obtendo resultados próximos ao segundo. Durante o monitoramento in situ, realizado nos verões de 2020-22 nas Praias de Tapes e São Lourenço do Sul, através de coletas, análises e quantificações, foi possível, elaborar comparações de clorofila-a in situ e obtida pelas imagens de satélite, e número de células. Usando logaritmos, foram obtidas correlações positivas com R2 (0,94 e 0,96) e com isto aproximando-se o monitoramento presencial daquela via imagem de satélite. Os valores encontrados de microcistinas variaram entre 1,90 e 31,00 µg.L -1 e baseados nos dados de clorofila-a in situ e no número de células pode-se presumir que os valores variam baseados na localização. Estes valores alcançados pelas amostras 9 e 12, foram superiores ao valor de 24 µg.L -1 sugerido pela OMS para os casos de águas recreativas, o que pode nos indicar que as águas apresentam níveis de toxinas altos nos inícios das florações com um número de células elevado e valores de clorofila-a próximos a 200 µg.L -1 in situ. Assim, é recomendável o uso de AlgaeMAp para futuros monitoramentos das florações de Microcystis e gerar alertas sobre balneabilidade.

TEXTO COMPLETO

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