Biomarcadores de exposição ao zinco em Amphistegina lessonii (Amphisteginidae, Foraminifera) do Arquipélago de Fernando de Noronha, PE, Brasil
Autor: Martina de Freitas Prazeres (Currículo Lattes)
Resumo
Parâmetros populacionais e bioquímicos de Amphistegina lessonii foram utilizados como potenciais biomarcadores para previsão de alterações ambientais nas comunidades coralíneas de Fernando de Noronha. Foram verificadas, em áreas dentro e fora dos limites do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PNMFN), a densidade e o grau de branqueamento das testas dos indivíduos vivos, bem como realizada análise de biomarcadores (atividade de enzimas antioxidantes e dano oxidativo). Além disso, foi realizado o cultivo A. lessonii em laboratório, visando avaliar os efeitos do zinco nos parâmetros bioquímicos mencionados acima. Amphistegina lessonii apresentou menores densidades nas áreas afetadas pela saída de esgoto e atividades portuárias. Em indivíduos de áreas localizadas fora dos limites do PNMFN a frequência de branqueamento alcançou 25%, enquanto nas áreas dentro do PNMFN essa frequência foi muito baixa (>1,8%). Os biomarcadores mostraram-se muito sensíveis, de forma que indivíduos coletados em campo aparentemente normais já apresentavam sinais de estresse oxidativo e danos em lipídeos e proteínas. Resultados similares foram encontrados nos indivíduos submetidos a altas (68 e 93 μg Zn/l) concentrações de Zn em laboratório, onde se observou a ativação de componentes do sistema de defesa antioxidante, o qual evita a perda completa das algas endossimbiontes. Como consequência, foi observada uma baixa taxa de mortalidade dos indivíduos expostos ao Zn em laboratório. Esses resultados demonstram que a abordagem dos biomarcadores é muito eficaz para identificar áreas impactadas, sendo uma ferramenta confiável de diagnóstico da saúde dos ambientes recifais.