Dissertação - Priscila Kienteca Lange

O fitoplâncton da Baía do Almirantado (Antártica): variações temporais e espaciais entre os anos de 2002 e 2008

Autor: Priscila Kienteca Lange (Currículo Lattes)

Resumo

O fitoplâncton (>15 &#956;m) da Baía do Almirantado (Ilha Rei George, noroeste da Península Antártica) foi avaliado durante o verão austral dos anos de 2002/3, 2003/4, 2007/8 e 2008/9 nas águas costeiras de três áreas, com o objetivo de descrever suas variações temporais e espaciais e sua relação com parâmetros ambientais. No verão 2008/9, visando observar a distribuição espacial horizontal e vertical do fitoplâncton (>2 &#956;m), este foi amostrado em diversas profundidades de pontos próximos à costa, na bacia central e no Estreito de Bransfield. Em águas costeiras a densidade celular do fitoplâncton (>15 &#956;m) foi baixa (4,2 x 103 cel.l-1), e o tamanho das células decresceu nos anos mais recentemente amostrados, e a contribuição dos grupos taxonômicos foi modificada. Células maiores (>80 &#956;m) como as diatomáceas Navicula directa e Corethron pennatum, foram as mais representativas em 2002/3, quando a abundância foi reduzida (1,2 x 103 cel.l-1). Diatomáceas cêntricas (Thalassiosira spp., Stellarima microtrias) de tamanho intermediário (31-80&#956;m) foram responsáveis pelas maiores densidades celulares (104 cel.l-1) durante o verão de 2003/4, associadas a ventos fracos de leste (< 6 m/s). Os verões de 2007/8 e 2008/9 foram caracterizados pela maior contribuição de células menores (15-30 &#956;m), principalmente dinoflagelados, que atingiram 50% da densidade celular em 2008/9, além de diatomáceas penadas planctônicas (Pseudo-nitzschia spp.). Estas flutuações foram associadas com um aumento da temperatura (0,6 para 1,0ºC) e da concentração de nutrientes, junto a uma pequena diminuição na salinidade (34,3 para 33,8). No início do verão de 2008/9, o fitoplâncton apresentou maior densidade celular em águas costeiras, composto por diatomáceas penadas bentônicas e dinoflagelados mixo/heterotróficos (7,3 x 103 ± 5,8 x 103 cel.l-1) além de criptófitas (3,0 x 105 ± 2,4 x 105 cel.l-1), associados a temperaturas mais altas e salinidades reduzidas em decorrência do degelo terrestre. A intrusão de águas costeiras na bacia central foi evidenciada pela grande representatividade destas microalgas em águas superficiais, principalmente do lado leste da Baía. Dinoflagelados autotróficos (Prorocentrum spp.) ocorreram principalmente nos limites entre águas sob influência costeira e águas oceânicas, estando relacionados a depleções de nitrato. Diatomáceas cêntricas do microplâncton e diatomáceas penadas do gênero Pseudo-nitzchia, que apresentaram densidade celular elevada no Estreito de Bransfield, foram as principais indicadoras da entrada de águas do Estreito de Bransfield na bacia central da Baía, onde diatomáceas cêntricas nanoplanctônicas também foram abundantes.

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Palavras-chave: DegeloVariações temporaisVariações espaciaisBacillariophyceaeBaía do AlmirantadoRegiões polaresAntárticaPlânctonFitoplânctonOceanografia biológica