Tese - Rony Roberto Ramos Vieira

Identificação, abundância e distribuição das fases larvais das espécies de Brachyura (Crustacea, Decapoda) no estuário da Lagoa dos Patos e região costeira adjacente

Autor: Rony Roberto Ramos Vieira (Currículo Lattes)

Resumo

Foram estudadas a composição, abundância e distribuição da fase pelágica da Infraordem Brachyura do estuário da Lagoa dos Patos e sua região estuarina adjacente, nos anos de 1995 e 1999. Foram realizadas amostras quinzenais com uma rede cônica (com 165 cm de comprimento, 60 cm de diâmetro de boca e malha de 330 μm) equipada com fluxômetro. A duração dos arrastos foi de três minutos com uma velocidade de 2 nós, na superfície e no fundo em pelo menos 5 pontos do estuário e também em dois pontos da região costeira adjacente. Nestes pontos também foram medidos a salinidade e a temperatura de superfície e de fundo. Em 1995 zoés de 16 espécies pertencentes a 8 famílias foram capturadas com uma abundância total de 36034,17 zoés/100m3, sendo que na superfície a abundância foi de 14811,82 ind./100m3 e no fundo de 21222,35 ind./100m3. Foram capturadas megalopas de 20 espécies pertencentes a 7 famílias com uma abundância total de 2086,85 megalopas/100m3, destas 190,3 ind./100m3 ocorreram na superfície e 1896,55 ind./100m3 no fundo. No ano de 1999, foram identificadas zoés de 11 espécies de 6 famílias com uma abundância de 13486,85 ind./100m3, destas 7234,34 ind./100m3 foram capturadas na superfície e 6252,01 ind./100m3 no fundo. Megalopas de 11 espécies foram identificadas com um total de 2611,63 zoés/100m3, sendo 368,05 coletadas na superfície e 2243,58 ind./100m3 no fundo. O verão foi a estação mais abundante nos dois anos estudados com 78,44% da captura total de zoés e 83,14% de megalopas para 1995 e 55,81% de zoés para 1999. O outono foi o mais abundante para megalopas no ano de 1999 com 56,08% da captura total. Estes resultados sugerem uma maior atividade reprodutiva dos adultos e de recrutamento nas estações com temperaturas mais elevadas. O inverno foi a estação 2 que apresentou a menor atividade. Das espécies identificadas de Xanthoidea, a que apresentou a maior abundância foi de Hexapanopeus caribbaeus com 84,09% e 79,63% de zoés e 41,88% e, 89,10% de megalopas da superfamília capturada em 1995 e em 1999, respectivamente. Para os Grapsoidea Chasmagnathus granulatus foi a que apresentou a maior abundância com 76,37% e 66,13% zoés e, 76,37% e 66,13% de megalopas capturadas da superfamília em 1995 e 1999, respectivamente. O gênero Pinnixa foi o que apresentou a maior abundância de zoés com 78,04% na superfície e 77,27% no fundo no ano de 1995. Em 1999, a abundância de zoés na superfície foi de 48,23% e no fundo de 54,61%. As megalopas de Pinnixa spp. não foram identificadas. Chasmagnathus granulatus e Pinnixa spp. foram as únicas espécies que apresentaram desova durante todo ano. Para Callinectes sapidus foi observada uma nova estratégia de eclosão, a qual ocorre durante a primavera e o verão no interior do estuário da Lagoa dos Patos o que era desconhecido até momento. Foram elaborados diagramas esquemáticos de dispersão e re-invasão das fases larvais de cada Superfamília e para as espécies da Superfamília Portunoidea.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: BrachyuraAbundânciaDistribuiçãoCrustáceosEstuáriosLagoa dos PatosLarvaRegião costeira adjacenteOceanografia biológica