Dissertação - Alex Moresco

Biologia reprodutiva do peixe-rei Odontesthes argentinensis (Atherinopsidae), da região marinha costeira e região estuarina da Lagoa dos Patos

Autor: Alex Moresco (Currículo Lattes)

Resumo

O peixe-rei Odontesthes argentinensis (Valenciennes, 1835) distribui-se na região costeira do Atlântico Sul desde o sul do Brasil até a Argentina (população marinha costeira – PMAR) penetrando nos estuários ao qual está adaptado, sendo considerada uma espécie estuarina residente (população estuarina – PEST). Este trabalho teve como objetivo determinar e comparar a biologia reprodutiva das duas populações. As distribuições dos comprimentos totais destas populações foram comparadas por meio de histograma. Os exemplares da PMAR mediram entre 16 e 36 cm CT com moda entre 23 e 25 cm de comprimento total – CT, já os exemplares da PEST a moda foi entre 18 e 20 cm CT, com mínimo de 16 cm e máximo de 34 cm CT. Foram caracterizados os ovócitos e as fases de desenvolvimento das gônadas, agrupadas em: imaturas, em maturação, maduras e desovadas. A proporção sexual indicou predomínio de fêmeas nas duas populações, sendo 3,25 fêmeas para cada macho na PMAR e 3,4 na PEST para todo o período. O tamanho de primeira maturação (L50) para PMAR foi estimado em 13,8 cm CT para os machos e 16,1 cm CT para as fêmeas e o comprimento em que todos estão aptos para desovar (L100), foi estimado em 16,3 e 19,3 cm CT para machos e fêmeas, respectivamente. Para PEST o L50 foi estimado em 13,5 cm CT para machos e 14,4 cm CT para fêmeas. O L100 foi estimado em 17 cm e 18 cm CT para machos e fêmeas, respectivamente. A relação gonadossomática indicou período reprodutivo entre final de agosto e início dezembro em PMAR, período em que a temperatura se manteve abaixo dos 20ºC. Para PEST não houve um período definido de desova ocorrendo o ano todo com maiores picos 11 registrados nos meses de junho, novembro e dezembro. Os fatores de condição total (KT) e somático (KS) apresentaram grandes variações ao longo do ciclo. Na PMAR houve uma queda nos valores de K coincidindo com o início da desova estabelecendo uma relação com este período, esta queda de K representou em parte a energia do corpo que foi direcionada para o desenvolvimento das gônadas. Na PEST a variação de K não estabeleceu relação evidente com o ciclo reprodutivo, sendo que as variações de K podem ter sido causadas pela instabilidade hídrica do estuário ou pelo estado alimentar. Na análise do diâmetro dos ovócitos há evidências de três lotes para as duas populações caracterizando desova parcelada. A fecundidade total (FT) e por lote (FL) são proporcionais ao comprimento total na PMAR. A média de ovócitos foi de 10.014 para FT e 3.651 para FL, na PMAR, enquanto que na PEST a média de ovócitos foi de 13.870 para FT e de 4.250 para FL.

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