Tese - Marcio Silva de Souza

O fitoplâncton da Península Antártica e Patagônia e sua relação com variáveis abióticas (primavera e verão)

Autor: Marcio Silva de Souza (Currículo Lattes)

Resumo

Esta tese teve como objetivo principal a descrição e a caracterização da variabilidade da biomassa e composição de grupos taxonômicos de fitoplâncton na primavera e verão austrais em relação a parâmetros ambientais, em duas regiões de estudo: a Península Antártica e setores do Mar Argentino. As amostragens foram conduzidas a bordo do Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel durante os cruzeiros à Patagônia (projeto PATEX) e à Península Antártica (projeto SOS-Climate). Amostras superficiais (250 mL) foram coletadas com garrafa Van Dorn para análise do fitoplâncton e de seus pigmentos. Análises estatísticas multivariadas foram aplicadas para sintetizar os dados biológicos e/ou abióticos e para relacionar a variabilidade da composição fitoplanctônica com determinados parâmetros oceanográficos. Sobre a plataforma da Patagônia no verão, o cocolitoforídeo Emiliania huxleyi foi mais abundante (0,05 a 11 × 106 células L-1) na maioria das estações e sua distribuição foi associada com baixas razões Si:N. Na região da Confluência Brasil-Malvinas as variáveis abióticas explicaram 44% da variabilidade da composição e distribuição do fitoplâncton: (1) águas de plataforma/mistura com concentrações moderadas de nutrientes tiveram dominância de Phaeocystis antarctica; (2) águas tropicais (oligotróficas) e subantárticas (<2,3 &#956;M de Si) com assembléias de diatomáceas e diatomáceas/dinoflagelados, respectivamente; e (3) águas costeiras com camada de mistura profunda e diatomáceas. Na quebra de plataforma da Patagônia, a primavera caracterizouse por dominância do nanoplâncton, especialmente Thalassiosira spp., associado com concentrações relativamente altas de nutrientes (influência da Corrente das Malvinas). O verão, na porção sul, foi representado por cocolitoforídeos (2008) e camadas de mistura rasas ou pela diatomácea microplanctônica Rhizosolenia crassa (2009) com camada de mistura profunda. O verão antártico foi também caracterizado por grandes diatomáceas (regiões de alta concentração de clorofila-a, >1 mg m-3) e camada de mistura rasa/forte estratificação da coluna d’água causada por processos de degelo marinho e continental (próximo à Ilha James Ross). Em outras áreas houve dominância de células nanoplanctônicas, como a haptofícea P. antarctica e criptofíceas (regiões profundas de baixa concentração de clorofila-a, <1 mg m-3) e coluna d’água estratificada/camada de mistura profunda (Passagem de Drake e partes do Estreito de Bransfield). Esse trabalho demonstrou a influência da camada de mistura/estratificação da coluna d’água na composição do fitoplâncton de todos os setores amostrados e o efeito da limitação por Si em setores do Mar Argentino na primavera e no verão.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: PlânctonFitoplânctonAntárticaPatagôniaOceano Austral