Tese - Daiane Carrasco Chaves

Composição, abundância e interações ecológicas de Diptera: nematocera das marismas do Estuário da Lagoa dos Patos, RS.

Autor: Daiane Carrasco Chaves (Currículo Lattes)

Resumo

Marismas são áreas intermareais com vegetação dominada por gramíneas, juncos e ciperáceas, onde vários dípteros ocorrem devido à abundância de substratos para o seu desenvolvimento. O objetivo do primeiro capítulo foi testar a hipótese de que os Nematocera respondem com oscilações na abundância aos fenômenos ENOS, através do estudo de caso das espécies de Culicoides. As três espécies coletadas no estudo foram Culicoides insignis Lutz, Culicoides venezuelensis Ortis e Misa e Culicoides caridei Brethes. C. insignis foi coletada durante todo o período amostral; C. venezuelensis esteve associada a períodos de El Niño e C. caridei de La Niña. O segundo capítulo descreveu os padrões de riqueza e diversidade da assembleia de Culicidae ao longo de um gradiente longitudinal de salinidade: Boca do estuário, de influência marinha, porção Central do estuário e porção Superior, de influência lacustre, a fim de testar a hipótese de que a riqueza e a diversidade dos mosquitos aumentam progressivamente à medida em que nos distanciamos da Boca do estuário e avançamos rumo ao médio e alto estuário. Foi constatado que a porção Central do estuário tem significativamente menos mosquitos do que os extremos. Também é a região que deteve a menor diversidade e a maior dominância. Assim, a seção de água salobra do estuário é menos diversa do que as seções de água doce e salgada. A proposta do terceiro capítulo foi avaliar o efeito da salinidade na riqueza e na estrutura da assembleia, considerando a função trófica e o uso do habitat dos Nematocera, sob a hipótese de que marismas com maior salinização comportam uma assembleia de Nematocera com um número menor de nichos tróficos e uma menor seleção do habitat, como consequência da riqueza e diversidade reduzida. A Boca do estuário mostrou-se significativamente mais rica do que a porção Central e a porção Superior. A tendência geral observada para a flutuação da riqueza das espécies em relação à salinidade foi a de um hiato entre a salinidade de 12 e 15, no qual a riqueza foi nula. O MDS (Multidimensional Scalling) indicou não haver separação entre a estrutura trófica dos componentes de água doce e salobra, bem como não há distinções quanto ao uso do habitat. Apesar da influência da salinidade nos padrões gerais de abundância e riqueza, a estrutura da assembleia mantem-se conservativa ao longo da Boca do estuário, porção Central e porção Superior.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: MarismasAbundânciaBiodiversidadeSalinidade do marENOSNematocera