Dissertação - Andréa de Oliveira da Rocha Franco

Diatomáceas (Asterionellopsis round) de zona de arrebentação em região tropical e subtropical do Brasil

Autor: Andréa de Oliveira da Rocha Franco (Currículo Lattes)

Resumo

A diatomácea Asterionellopsis glacialis (Castracane) Round sensu lato forma acumulações em zona de arrebentação em diversas praias arenosas no mundo. Com a recente descoberta de quatro espécies crípticas, é importante a identificação correta das espécies que estão presentes nessas acumulações. No presente estudo identificamos, através da morfologia de ultraestruturas e ferramentas moleculares (marcadores Coi1, ITS1 + 5.8S+ ITS2 e RbcL), duas espécies presentes em manchas de diatomáceas em praias arenosas no Oceano Atlântico Sul Ocidental na costa do Brasil, Asterionellopsis guyunusae Luddington em região subtropical (Praia do Cassino, 32° S, 52° W) e uma nova espécie desconhecida de Asterionellopsis em região tropical (Praia do Futuro, 3° S, 38º W), adicionando informações a cerca da diversidade e filogenia do gênero. As cepas tropicais oriundas de acumulações da Praia do Futuro podem ser diferenciadas morfologicamente de Asterionellopsis lenisilicea Mather, Asterionellopsis marítima Muise e Asterionellopsis thurstonii Ehrman pelo número de estrias na haste e em alguns casos de A. guyunusae pelo número de estrias na valvocopula da região da haste. As cepas tropicais não podem ser distinguidas morfologicamente de A. glacialis, mas a análise genética claramente evidencia um clado distinto formado somente pelas cepas tropicais brasileiras, justificando a identificação de uma nova espécie. As relações filogenéticas no gênero são aparentemente resultado de diferenças ambientais, considerando a maior proximidade genética entre as espécies das regiões subtropicais e temperadas do Atlântico Norte (A. lenisilicea, A. maritima: costa do Canadá) e Atlântico Sul (A. guyunusae: costa do Brasil e Uruguay), do que com as cepas tropicais, apesar da maior proximidade geográfica entre a última e A. guyunusae. Entretanto, a distância geográfica parece também influenciar as relações filogenéticas no gênero.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: BacillariophyceaeZona de arrebentaçãoEspécie críticaEspécie pseudo crípticaBrasil