Tese - Carolina Antuarte Islabão

Dinoflagelados planctônicos do extremo sul do Brasil:identificação, distribuição e relação com fatores abióticos in situ e in vitro.

Autor: Carolina Antuarte Islabão (Currículo Lattes)

Resumo

Aspectos da fisiologia e ecologia de dinoflagelados planctônicos do extremo Sul do Brasil foram avaliados. As amostras foram coletadas na região estuarina e costeira (experimentos em laboratório) onde cultivos unialgais de três espécies foram estabelecidos, e na plataforma continental (estudo de campo). No verão de 2013, foi avaliada pela primeira vez a distribuição vertical dos dinoflagelados na plataforma continental do sul do Brasil. A estratificação da coluna de água ao longo do transecto costa-talude foi determinante para a estruturação da comunidade fitoplanctônica e principalmente para a maior contribuição dos dinoflagelados no verão, também correlacionados com a presença da Água Subtropical de plataforma (ASTP). Diatomáceas dominaram nas estações mais próximas à costa, onde a coluna de água estava homogênea, e foram substituídas por dinoflagelados com o aumento da estratificação. Ao longo do gradiente, dois tipos de dinoflagelados foram verificados:Tipo 1 (contendo peridinina) nas estações próximas à costa, e Tipo 2 (contendo fucoxantina), os últimos contribuindo com mais da metade da biomassa (em clorofila a) nas estações situadas na plataforma continental, principalmente na profundidade de máxima clorofila e com maiores concentrações de nitrogênio inorgânico dissolvido. A presença de dinoflagelados do Tipo 2, especialmente Gymnodiniales como cf. Karenia, é de particular interesse, pois incluem espécies tóxicas que estão mais adaptadas para arrasto e dispersão pelas correntes costeiras. Em laboratório, o efeito de duas importantes variáveis ambientais, salinidade e irradiância, foi testado na taxa de crescimento, aclimatação, volume celular, composição dos pigmentos e eficiência fotossintética de Akashiwo sanguinea, Prorocentrum micans e Scrippsiella trochoidea. Os dinoflagelados mostraram habilidade para crescer diante de mudanças bruscas de salinidade, mais pronunciada em A. sanguinea. A salinidade ótima (25-30) para as culturas coincidiu com os maiores valores de densidade celular destas espécies no ambiente. Dois níveis de irradiância foram testados (baixo LL ±87; alto HL 450-490 µmol fótons m2 s-1) e as espécies não apresentaram fotoinibição mas sim tolerância a alta luz. Resultados similares na taxa de crescimento foram verifcados em LL e HL para A. sanguinea e P. micans, enquanto que para S. trochoidea a taxa foi mais alta em HL. A concentração de pigmentos fotossintéticos foi maior em LL e a concentração de pigmentos fotoprotetores foi baixa mesmo sob alta irradiância. Alta eficiência fotossintética (Fv/Fm > 0.5) foi verificada em S. trochoidea e P. micans, ao contrário de A. sanguinea, possivelmente relacionada com diferentes graus de trofia entre as espécies.

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Palavras-chave: OceanografiaBiologiaFisiologiaEcologiaDinoflagelados planctônicosBrasilProrocentrum micansScrippsiella trochoideaPeridininaFucoxantina