Dinâmica da frota de vara e isca-viva em relação às condicionantes ambientais no Oceano Atlântico Sudoeste
Autor: Juliano Lauser Coletto (Currículo Lattes)
Resumo
O bonito-listrado (Katsuwonus pelamis) é uma espécie pelágica gregária que possui ampla distribuição global. A espécie abastece a indústria do atum enlatado e sustenta a pescaria de vara e isca-viva na região sudeste/sul do Brasil. Neste trabalho, os dados de captura e deslocamento dos barcos de vara e isca-viva sediados em Rio Grande (RS) foram explorados para verificar as relações da pesca do bonito-listrado com as condicionantes ambientais, através de dados provenientes de sensores a bordo de satélites e de modelagem numérica. Modelos aditivos generalizados foram aplicados para verificar o efeito das variáveis ambientais sobre a captura dos lances. Uma análise das áreas de pesca foi realizada através de imagens de temperatura e clorofila-a para descrever os processos oceanográficos associados à pesca da espécie no tempo e no espaço. As variáveis ambientais, e os intervalos nos quais foram observados efeitos positivos na captura foram: profundidade da termoclina (24 m - 45 m), temperatura da superfície (SST, 22° C- 24,5° C), concentração de clorofila-a (SSC, 0,08 mg/m³ - 0,16 mg/m³) e salinidade (34,9 - 35,8). As principais categorias criadas na classificação das áreas de pesca foram: frente térmica, frente de cor do oceano e enriquecimento planctônico. A CPUE foi maior em períodos próximos ao verão (7 t/dp), o que foi atribuído às características oceanográficas da região sul, cuja produtividade determina a principal área de alimentação do bonito-listrado e, consequentemente, sua maior abundância e disponibilidade para pescaria.