Tese - Laura Villwock de Miranda

Monitoramento pesqueiro inferencial : análises por delineamento amostral e por modelos Bayesianos

Autor: Laura Villwock de Miranda (Currículo Lattes)

Resumo

Informações pesqueiras podem ser coletadas por censo ou por amostragem. Quando obtidas por amostragem, recorrem à inferência estatística por delineamento amostral ou, alternativamente, baseada em modelos probabilísticos paramétricos. O objetivo geral deste trabalho foi analisar os resultados do monitoramento pesqueiro inferencial por delineamento amostral (ANEXO I - artigo publicado) e por modelos Bayesianos (ANEXO II - artigo submetido) em relação à coleta censitária de dados pesqueiros. Para isso, informações censitárias de todas as descargas pesqueiras realizadas em 2011 ao longo da costa de São Paulo foram utilizadas para simular um monitoramento pesqueiro inferencial e a obtenção de amostras probabilísticas de acordo com a metodologia proposta pelo IBGE. Os resultados obtidos pela inferência baseada em delineamento amostral demostraram que quanto maior é o nível de detalhamento necessário, menos precisas e mais enviesadas tornam-se as estimativas. Quando comparada com as capturas totais censitárias, a ordem de importância das categorias de pescado baseada nas capturas estimadas alterou-se ligeiramente em algumas posições após o quinto lugar. A redução do custo do monitoramento pesqueiro obtida com a aplicação de amostragem foi mínima em comparação à coleta censitária dos dados (máxima de 15,4%) e provavelmente não compensa a perda de qualidade das informações pesqueiras. No monitoramento pesqueiro inferencial por modelos Bayesianos, foi utilizada a mesma amostra de portos pesqueiros, previamente escolhida para minimizar o erro quadrático médio das estimativas de captura. Os resultados desta etapa do trabalho demostraram que o modelo se ajustou muito bem aos dados de vários municípios e categorias de pescado do litoral paulista, fornecendo boas estimativas de captura total descarregada (Y) e do número total de descargas realizadas (D), porém não para todos os casos. Para as categorias de pescado com sazonalidade marcada, os melhores resultados foram obtidos com o maior detalhamento dos modelos e a inclusão de informações mensais. A inclusão do número de descargas por porto pesqueiro como covariável conhecida não melhorou os resultados como seria o esperado. Uma das razões apontada para a falta de ajuste dos modelos aos dados de pesca em alguns municípios ou categorias de pescado foi a estratificação dos portos pesqueiro, definida por municípios e originalmente adotada neste trabalho. Diante disto, uma nova proposta de desenho amostral, respeitando a relação linear entre o ln(Y) e o ln(D) de todos os portos pesqueiros do litoral paulista, foi, então, apresentada e discutida. A nova proposta de modelo inferencial Bayesiano, baseada nesta relação linear, forneceu bons resultados, embora preliminares, para os cinco principais municípios pesqueiros do estado, com expressivo aumento da eficiência amostral.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: PescaMonitoramento da pescaAmostragemSão Paulo (Litoral)Inferencia